sexta-feira, 25 de abril de 2014

Rio Nilo – Uma Dádiva

O Egito é uma dádiva do Nilo. (Heródoto)


Escrita pelo Historiador grego Heródoto há mais de 2.300 anos, a frase acima captura toda a essência da maior fonte de vida do Egito, o Nilo, que nasce no sul e vai para o norte até chegar ao mar Mediterrâneo (região conhecida com Delta do Nilo). O fato de ele ir do sul para o norte não quer dizer que o seu fluxo seja invertido, já que o movimento de um rio é sempre dado da região mais alta para a mais baixa. Em 2008 uma pesquisa apontou que o rio Nilo está em segundo lugar no quesito comprimento, perdendo apenas para o rio Amazonas.
Chamado pelos egípcios de Iteru, que em Hieróglifo significa “Rio”, o Nilo foi o principal fator para o desenvolvimento da sociedade egípcia. Sem ele, seria impossível qualquer tipo de evolução, já que lá o deserto é predominante. No passado o rio era mais largo e anualmente inundava todo o vale, o que não ocorre mais depois da construção da represa de Assuão, que gera energia e fornece água controlada para a irrigação.
O Nilo era responsável pela separação do mundo dos vivos (margem leste) e o dos mortos (margem oeste), e antes das modernas barragens ficarem prontas toda a sua água transbordava, proporcionando um solo fértil e de excelente qualidade para o plantio. Anualmente, na época da inundação (calendário), prevista com exatidão pelos egípcios, o Nilo depositava uma lama escura riquíssima em nutrientes, que deu origem ao antigo nome do Egito, Kemet, que em tradução livre significa “Terra Negra”. Além de proporcionar uma sistemática agricultura, o Nilo era uma grande “avenida” onde embarcações transitavam de ponta a ponta com muita facilidade.
Os habitantes do vale, preocupados com as enchentes, construíram ao longo do rio sistemas para medir o nível da água. Os Nilômetros eram poços feitos de pedra perto da margem e que tinham ligação direta com o rio. Com marcações nas paredes dessas estruturas, os egípcios conseguiam prever com certa tranquilidade a subida do Nilo
Os antigos egípcios conheciam e admiravam tanto o Nilo que este era representado por um deus. Hapi era considerado o deus das águas do Nilo e para os egípcios ele foi o responsável por manter o controle e fornecer todo o alimento advindo do rio. Geralmente é representado segurando talos de Papiros e Flores de Lótus, que simbolizam respectivamente o Baixo e o Alto Egito. A cor de sua pele era azul ou verde, cores associadas à fertilidade, e em sua cintura carregava uma cinta utilizada por pescadores.
Apesar de ser o deus do Nilo e de os egípcios considerarem as suas águas sagradas, Hapi acabou ficando em segundo plano na religião egípcia, já que Osíris também era visto como responsável pelo rio. Sobek, o deus crocodilo, foi também associado ao Nilo.


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